Parques tecnológicos: como os municípios podem desenvolvê-los?

PIT – Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos. Foto que ilustra post sobre parques tecnológicos. Reprodução: Cláudio Vieira/PIT.
Entenda a importância dos parques tecnológicos e qual é o papel dos municípios em promovê-los e fomentar a inovação.

Os parques tecnológicos são uma forma eficaz de estimular uma cultura de inovação e de desenvolver soluções baseadas em conhecimento. 

Ao considerar seu papel em fomentar a inovação, vale a pena notar que sua influência não se limita apenas à tecnologia. Esses parques também apoiam a sustentabilidade ambiental, integrando iniciativas verdes em sua cultura inovadora.

Se você ainda não sabe como exatamente funcionam os parques tecnológicos ou se ainda não entende o seu conceito, neste conteúdo iremos esclarecer alguns pontos importantes sobre o tema. 

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O que são parques tecnológicos?

Parques tecnológicos são espaços onde se concentram empresas, centros de pesquisa, instituições de ensino, laboratórios e incubadoras de negócios, para impulsionar a pesquisa, a inovação e a fusão de entidades envolvidas no progresso tecnológico. 

O parque tecnológico – também conhecido como parque científico, centro de inovação ou parque de pesquisa – é um local que reúne espaços de escritórios, áreas residenciais e empreendimentos para aprimorar as operações de empresas de tecnologia, trocar conhecimento e novas ideias, além de fornecer benefícios para cada entidade participante.

Como funcionam os parques tecnológicos?

Os parques tecnológicos servem como terreno fértil para as empresas se expandirem e prosperarem e são instrumentos para impulsionar o crescimento econômico, investimento em sustentabilidade e criar oportunidades de emprego. 

Em Salvador, por exemplo, o Parque Tecnológico da Bahia tem um laboratório vivo para cidades inteligentes. O Living Lab Smart Cities simula uma área urbana para que instituições e empresas demonstrem e testem suas soluções dedicadas às cidades inteligentes.

Veja como esses centros de inovação funcionam:

Infraestrutura e suporte para inovação

Condições favoráveis ​​para inovação em parques tecnológicos são representadas por infraestrutura física, serviços de suporte, redes de relacionamento com outras empresas e redes de relacionamento com universidades.

Os parques tecnológicos também disponibilizam equipamentos para fornecer um lugar para inovação, como infraestrutura básica, edifícios institucionais, edifícios comerciais, infraestrutura tecnológica e áreas verdes e sociais. 

Além disso, a infraestrutura de universidades e instituições de pesquisa parceiras adicionam-se à infraestrutura tecnológica disponível para as empresas residentes, criando um ambiente favorável para inovação.

Assim, os centros de inovação fornecem às entidades que o compõem serviços como suporte administrativo, serviços de consultoria e/ou aconselhamento (jurídico, contábil, de gestão e propriedade industrial), networking (acesso a clientes/fornecedores), compartilhamento de conhecimento e outras fontes de financiamento. 

Fomento ao desenvolvimento tecnológico e econômico

Ao oferecer instalações de ponta e um ambiente colaborativo, os parques tecnológicos fornecem o cenário perfeito para indústrias de alta tecnologia e startups inovadoras prosperarem. Esse crescimento se traduz em criação de empregos, o que alimenta a economia local.

O parque tecnológico gera empregos atraindo interessados ​​em investir em tecnologia inovadora e startup com alto potencial. Esse influxo de investimento apoia o crescimento financeiro e traz expertise e orientação que auxiliam no sucesso dos negócios dentro do parque.

Parcerias entre universidades, empresas e governo

Não é possível imaginar a existência dos parques tecnológicos sem uma cooperação próxima entre os setores público e privado. Isso inclui os setores governamental e empresarial, bem como universidades e institutos de pesquisa. 

Esses parques buscam promover a troca de conhecimento entre as entidades. O setor público pode, por exemplo, obter soluções para inovar a administração pública para um futuro mais eficiente por meio do empreendedorismo digital e outras inovações.

Exemplos de parques tecnológicos

Os parques tecnológicos são conhecidos como catalisadores para o desenvolvimento de negócios, oferecendo suporte de infraestrutura e oportunidades de networking vitais para empresas novas e experientes. Veja alguns exemplos no Brasil e no mundo:

Parque Tecnológico de São José dos Campos

O Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos – PIT SJC, criado pela prefeitura da cidade e o governo de São Paulo em 2006, tem mais de 188 mil m² de infraestrutura. 

Possui espaços para empresas consolidadas e para startups, espaços compartilhados, laboratórios multiusuários, espaços para convivência e conveniência, cafeterias, centro de eventos, restaurantes, refeitórios e cozinhas coletivas, salas para reuniões e 800 vagas no estacionamento.

Um dos programas do PIT é a Frente GOVTECH que tem o propósito de atender às demandas do governo e dos cidadãos dando prioridade à inovação e à eficiência, implementando soluções tecnológicas e promovendo a transformação digital.

Essa transformação ocorre, por exemplo, com a modernização do governo com a implementação dos governos digitais, uma forma inovadora de fazer a gestão pública.

De acordo com o Relatório de Atividades da Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos, em 2023 o parque alcançou maturidade como gerador de inovação tecnológica, com os investimentos em infraestrutura e na melhoria do local e nos programas

internos com foco na experiência de residência das quase 200 instituições que compõem o parque.

BH-TEC

O Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) conecta o conhecimento científico gerado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sua aplicação produtiva pelo setor empresarial.

Inaugurado nos anos 2000, o parque foi planejado por um grupo de acadêmicos da universidade para expandir a economia regional, tendo o conhecimento como base. 

O BH-TEC tornou-se realidade após parceria entre cinco sócios fundadores: UFMG, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Governo do Estado de Minas Gerais, Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae).

Hoje, mais de 30 empresas de base científico-tecnológica estão sediadas no BH-TEC. Além disso, o parque conta com o programa Parque Aberto, composto por empresas associadas sem uma sede fixa na estrutura:.

Vale do Silício

O Vale do Silício é um centro global de inovação tecnológica localizado na área da Baía de São Francisco, na Califórnia, onde abriga dezenas de grandes empresas de tecnologia, software e internet, incluindo Apple, Chevron, Meta e Visa.

A região também é conhecida por sua cultura de abertura e colaboração, sendo comum que as empresas compartilhem ideias e recursos para criar os melhores produtos e serviços possíveis. Além disso, é onde estão algumas das melhores universidades do mundo, que são fontes essenciais de talento e inovação.

Como promover a criação de parques tecnológicos?

É importante planejar aspectos críticos para a implementação de um parque tecnológico como planejamento urbano, desenvolvimento de infraestrutura, aspectos financeiros da implementação e sustentabilidade econômica, além dos que detalharemos a seguir.

1. Políticas públicas e incentivos fiscais

O interesse do Estado na criação de parques tecnológicos deve passar pela promoção do desenvolvimento local e a formulação de políticas públicas para incentivar sua implantação pode contribuir para superar um dos principais obstáculos no processo de inovação: a transferência de tecnologia entre os setores de pesquisa e industrial.

Em relação aos incentivos fiscais, alguns passos foram dados em 2008, em São Paulo, quando o Programa de Apoio aos Parques Tecnológicos – Pró-Parques foi assinado, fornecendo incentivos fiscais a empresas inovadoras que se instalarem em Parques Tecnológicos que fazem parte do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec).

Com esse exemplo, podemos identificar que é necessário contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas de estímulo e apoio aos ambientes inovadores.

Essas ações devem estar integradas principalmente a iniciativas que promovam o desenvolvimento social, urbano, regional, ambiental e cultural. 

2. Parcerias entre setor público, privado e acadêmico

Parcerias entre setor público, privado e acadêmico são cada vez mais consideradas um meio eficaz de promover um ecossistema de inovação

Esses vínculos beneficiam as empresas ao aumentar sua base de recursos, fornecer soluções tecnológicas para o governo, por exemplo, como aprimorar o governo eletrônico e, portanto, sua capacidade de inovação.

3. Fomento à pesquisa e desenvolvimento

O fomento à pesquisa e desenvolvimento nos centros tecnológicos pode ser feito por meio de:

  • Financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT);
  • Chamadas Públicas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep);
  • Estudos realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;
  • Apoio do governo estadual, como o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec).

4. Educação e capacitação para inovação

Treinar pessoas para serem inovadoras não é apenas ensinar uma gama específica de habilidades. É preciso educar pessoas ajudando-as a despertar suas habilidades para liberar seu lado inovador. 

Uma das maneiras de fazer isso é incluir e trabalhar a cultura da inovação em ambientes de ensino, como os de formação técnica e também no ensino superior. 

Além disso, é importante criar uma cultura baseada na confiança, capacitando pessoas para tomar suas próprias decisões sem medo, ser proativas, compartilhar suas ideias e fomentar a ideação de novas possibilidades a serem exploradas.

Conclusão  

A inovação viabilizada pela tecnologia tem o poder de ajudar a trabalhar de forma mais inteligente, transformando processos tradicionais para melhorar a produtividade e a eficiência. 

Investir na criação de parques tecnológicos é importante para garantir que eles continuem a ser centros de inovação e progresso.

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