Decreto: entenda a fundo esse ato administrativo!

Retrato de empresária sorridente com documentos em pé no escritório moderno. Foto que ilustra post sobre decreto. Por KostiantynVoitenko
Saiba mais sobre o decreto e sua importância para o bom funcionamento do município e eficiência da máquina pública.

O decreto faz parte de uma base importante do funcionamento da administração pública, organizando e implementando políticas com eficiência. Sua atuação é fundamental para a legislação e otimizar a gestão pública como um todo.

No município, os decretos são responsáveis por atender às necessidades locais de maneira específica, com ajustes rápidos e adequações de acordo com a região. Seu papel é essencial para garantir o bom funcionamento das engrenagens da máquina pública.

Neste conteúdo você vai entender o que é um decreto, suas funções e tipos, como é feito na prática, passo a passo para elaborar o documento e especificidades na esfera municipal. Boa leitura!

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O que é um decreto?

Um decreto é um ato normativo, ou seja, uma regra criada por autoridades públicas para organizar e direcionar a administração com diferentes objetivos. No contexto municipal, é uma ferramenta poderosa que permite aos servidores direcionarem ações e implementar políticas de maneira ágil e eficiente. 

Os atos normativos são essenciais para a operação diária da administração pública, garantindo que as leis sejam aplicadas de forma adequada e que as políticas públicas sejam executadas conforme o planejado. 

Quais são as funções de um decreto?

Os decretos desempenham várias funções dentro da administração pública e possuem um papel importante na hierarquia das leis, como:

  • Regulamentação de leis: o decreto torna a legislação mais clara e específica, facilitando a sua compreensão e aplicação, o que inclui a definição de procedimentos, critérios e prazos para a execução de leis, garantindo que sejam aplicadas de maneira uniforme e eficiente em diferentes contextos;
  • Criação de normas: também cabe ao documento estabelecer regras complementares que não estão detalhadas nas leis e orientar o comportamento de agentes públicos, definir padrões técnicos e operacionais, ou, ainda, estabelecer obrigações e direitos para cidadãos e empresas, garantindo a adaptação das leis às necessidades locais e a eficiência da administração pública;
  • Definição de diretrizes da administração: define a estrutura e o funcionamento dos órgãos públicos, orientando a organização interna da administração. Isso inclui a criação de cargos, a distribuição de competências entre diferentes departamentos e a delegação de responsabilidades, assegurando que as políticas públicas sejam implementadas de maneira coordenada e eficaz, alinhadas às prioridades do governo e às demandas da sociedade.

Tipos de decreto

Existem diferentes tipos de decretos, cada um com particularidades e objetivos específicos. Abaixo, destacamos os principais tipos de decretos utilizados na administração pública municipal.

Decreto regulamentar

O modelo regulamentar é o mais comum e tem a função de detalhar e complementar as leis aprovadas pelo legislativo. É a base essencial para executar políticas públicas, já que estabelece as normas necessárias para a implementação das leis. 

Uma lei para criar um programa social, por exemplo, pode precisar de um decreto regulamentar para definir como o programa deve operar, seus critérios de elegibilidade, como os recursos serão distribuídos etc.

Decreto singular

Já o modelo singular, por sua vez, é utilizado para tratar de questões específicas, que não requerem a criação de uma norma de caráter geral. Esses decretos geralmente são aplicados em nomeações, exonerações, concessões de prêmios ou títulos, além de outras situações que envolvem decisões administrativas individuais.

A nomeação de um novo secretário municipal é um exemplo que pode ser formalizada por meio de um decreto singular para oficializar a escolha, sem a necessidade de uma legislação adicional.

Decreto autônomo

Por fim, o formato autônomo possui uma certa independência, já que não depende diretamente de uma lei pré-existente para ser emitido. Ele é aplicado em matérias que estão dentro da competência exclusiva do poder executivo, como a organização interna da administração municipal. 

Um exemplo é a criação de novas secretarias ou departamentos, onde o prefeito pode utilizar um decreto autônomo para reorganizar a estrutura administrativa sem a necessidade de aprovação legislativa.

Como o decreto funciona na prática?

Os decretos são usados diariamente nas prefeituras e secretarias municipais para garantir que leis e políticas públicas sejam devidamente aplicadas. Quando uma nova lei é aprovada, pode ser necessário um decreto regulamentar para detalhar como esta lei será aplicada no contexto municipal. 

Além disso, também são frequentemente utilizados para organizar a estrutura administrativa, definir responsabilidades e delegar competências dentro das secretarias e outros órgãos municipais.

Na prática, imagine uma situação em que a prefeitura precisa implementar um novo programa de digitalização. Um decreto pode ser usado para definir as suas diretrizes, estabelecendo os prazos, responsabilidades dos servidores e os recursos necessários para a execução, por exemplo.

Como o decreto é elaborado?

A elaboração de um decreto deve ter como objetivo final a eficiência na administração pública e, para tanto, deve seguir etapas importantes no processo, como:

  1. Identificar a necessidade e definição do objetivo: avalie a demanda do decreto e estabeleça seu objetivo específico;
  2. Preparação da minuta: geralmente realizada por uma equipe técnica ou jurídica da prefeitura, a redação deve ser feita de acordo com as normas legais e a hierarquia das leis;
  3. Análise jurídica: submeta para análise e verificação da conformidade legal e adequação à legislação vigente;
  4. Consulta e audiências públicas (se necessário): alguns casos podem exigir que consulte outras áreas da administração pública ou realize audiências públicas para garantir que o decreto atenda às demandas;
  5. Aprovação pela assessoria jurídica: após a revisão e consulta (quando for o caso), é necessária que a assessoria jurídica aprove o documento;
  6. Assinatura pelo prefeito: uma vez aprovado, o decreto deve ser encaminhado ao prefeito para assinatura;
  7. Publicação no Diário Oficial: por fim, é feita a publicação no Diário Oficial do Município, momento em que entra em vigor e passa a ter força de lei no âmbito municipal.

Diferença entre lei e decreto

Embora ambos sejam instrumentos normativos, existe uma diferença fundamental entre lei e decreto. A lei é um ato normativo aprovado pelo poder legislativo, responsável por estabelecer normas de caráter geral e abstrato, aplicáveis a todos os cidadãos. 

Os decretos, por sua vez, são atos administrativos normativos emitidos pelo poder executivo, com a finalidade de regulamentar a aplicação das leis ou criar normas complementares. Sem a necessidade de passar pelo processo formal e aprovação do legislativo, proporcionam mais agilidade na implementação de políticas públicas.

Especificidades do decreto no âmbito municipal

Na esfera municipal, os decretos têm uma aplicação focada em questões regionais e administrativas, diferentemente dos decretos estaduais e federais, que abrangem esferas maiores. 

São utilizados para regulamentar leis locais, organizar a estrutura administrativa da prefeitura e implementar políticas públicas para atender às demandas públicas e temas específicos, como:

  • Nomeações de cargos;
  • Concessão de benefícios;
  • Ajuste de procedimentos internos.

Enquanto os estaduais e federais podem abordar questões amplas, os decretos municipais são mais direcionados para soluções práticas e imediatas no contexto da administração local. 

Conclusão

O decreto permite responder às necessidades locais com mais flexibilidade, garantindo que a gestão pública seja eficiente e capaz de adaptar-se rapidamente à realidade da comunidade. Compreender os diferentes tipos de decretos e seu processo de elaboração é fundamental para garantir uma resposta rápida do município.

Para além da natureza ágil do próprio documento, adotar tecnologias é um diferencial importante para o processo. A digitalização de processos administrativos não só torna a elaboração e aplicação dos decretos mais ágil, como também garante maior transparência e controle. 

Quer saber como dar os primeiros passos? Confira o guia que preparamos para ajudar o seu município a sair do papel.

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