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Na realidade da administração pública, em que a otimização de recursos é uma máxima, a economia de escala atua como uma poderosa aliada neste desafio. Entretanto, seus impactos não se limitam apenas ao orçamento municipal.
Além da sua aplicação na esfera empresarial, este modelo econômico é importante para os municípios que desejam aumentar a eficiência do dia a dia do serviço público. Aplicar suas estratégias pode trazer grandes resultados para a gestão e para a população.
Neste conteúdo, você vai entender o conceito de economia de escala, suas categorias e possibilidades na gestão governamental. Boa leitura!
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O que é economia de escala?
A economia de escala consiste em uma redução de custos médios de produção quando a quantidade de determinado bem ou serviço aumenta. Isso significa que, quanto mais é produzido, mais os custos por unidade diminuem.
O objetivo da prática é alcançar maior eficiência operacional e diminuir os custos de produção, já que os gastos fixos são diluídos devido ao volume. Em uma empresa, é uma forma de aumentar a competitividade e fornecer produtos e serviços a preços acessíveis.
Economia de escala x economia de escopo
Enquanto a economia de escala considera o custo médio unitário e a quantidade produzida, a economia de escopo busca uma abordagem diferente. O objetivo é reduzir o custo médio a partir da produção conjunta de diversos bens.
Na prática, a economia de escopo significa aproveitar os recursos compartilhados durante a fabricação dos bens para economizar. O modelo em escala, por sua vez, terá como foco a produção massiva para alcançar uma economia significativa.
Tipos de economia de escala
É importante entender os diferentes tipos do modelo em escala para, assim, aprimorar os fluxos de trabalho com a melhor abordagem. As categorias diferenciam-se em interna e externa, como veremos a seguir:
Economia de escala interna
A abordagem interna começa dentro da própria organização, seja ela pública ou privada. Seu objetivo consiste em economizar recursos a partir de mudanças feitas internamente, ou seja, que independem de contextos externos (como flutuações no mercado e mudanças na indústria).
Um exemplo é a digitalização, uma prática bastante comum nas instituições e que reduz significativamente gastos operacionais, como:
- custos de impressão;
- local para armazenar documentos fisicamente;
- transporte e logística para envio e recebimento de ofícios.
Economia de escala externa
A abordagem externa, por sua vez, diz respeito à economia feita a partir de fatores externos. Seu objetivo é aproveitar oportunidades de mercado e indústria para reduzir custos operacionais e melhorar a eficiência.
Um exemplo é a criação dos chamados “parques tecnológicos”, espaços nos quais empresas, startups e instituições de pesquisa compartilham:
- infraestrutura e espaços de trabalho colaborativos;
- recursos para execução de diferentes tipos de projetos e iniciativas;
- expertise em uma variedade de áreas de conhecimento.
Além da economia, ainda propõe um ambiente fértil para inovação e trocas de ideias entre diferentes segmentos.
Como funciona a economia de escala?
Na prática, este modelo de economia atua com foco em reduzir os custos unitários. À medida que a quantidade de determinado bem ou serviço aumenta, o valor de produção por unidade tende a diminuir.
Um exemplo é a indústria de eletrônicos com a produção de um modelo de celular. Ao aumentar a quantidade de modelos, os preços diminuem devido ao volume. A dinâmica impacta na diminuição do custo médio de fabricação e dilui os gastos fixos entre o que foi produzido.
O conceito caminha alinhado à gestão ágil, já que este modelo econômico permite uma rápida adaptação às demandas dos consumidores e garantir um diferencial competitivo no mercado. Com produtos e serviços mais acessíveis, é possível ampliar a sua utilização.
A economia de escala pode ser aplicada em projetos públicos?
Além da aplicação no âmbito empresarial, este modelo de economia também pode ser utilizado na realidade municipal. A economia realizada é convertida em diversos benefícios para a comunidade, além de reduzir os gastos públicos.
A sua implementação em projetos públicos reduz os custos operacionais na aquisição de bens para infraestrutura e prestação de serviços, como:
- redes de saneamento básico;
- construção de rodovias;
- sistema de transporte público;
- hospitais e centros de saúde (como as Unidades de Pronto Atendimento);
- construção e reforma de escolas e creches.
Dessa forma, é possível utilizar os recursos de maneira mais estratégica e eficiente. A contratação em larga escala de um serviço público, por exemplo, pode resultar em uma economia significativa para o município e gerar outros benefícios para a população.
Como alcançar a economia de escala em projetos públicos?
A administração pública tem como um de seus princípios a eficiência, aspecto diretamente relacionado com a utilização dos recursos públicos. “Fazer mais com menos” é uma frase bastante conhecida do dia a dia do servidor, e a economia de escala pode contribuir a partir de algumas estratégias.
Padronização de processos internos
O primeiro passo para tornar a economia de escala uma realidade no serviço público é padronizar os processos internos existentes. Não é uma tarefa simples, já que exige uma análise detalhada do que é praticado e o modelo ideal.
Apesar de desafiador, é uma tarefa que proporciona benefícios como:
- maior transparência nas operações do município e controle por parte dos gestores públicos;
- redução de gastos operacionais, permitindo alocação de recursos para diferentes áreas;
- maior facilidade de replicar e ampliar os processos, atendendo a uma parcela maior da sociedade.
Parcerias estratégicas
As parcerias público-privadas são um caminho possível para estabelecer relações vantajosas tanto para o município, quanto para a empresa beneficiada. Com a cooperação entre Estado e mercado, é possível realizar projetos com efeitos significativos na região, como:
- aumento da qualidade dos serviços prestados;
- otimização de recursos públicos e menor impacto no orçamento municipal;
- propostas inovadoras para desafios locais e com maior abrangência.
Consolidação de recursos
A estratégia consiste em unir recursos (sejam eles financeiros, materiais ou humanos) de diferentes setores para contribuir com a fabricação de bens e prestação de serviços. Com mais fontes de recursos disponíveis, é possível ampliar as possibilidades, como:
- mais capacidade de investimento em projetos públicos de larga escala e complexidade;
- reduzir os custos e despesas operacionais de maneira compartilhada;
- facilidade para captar recursos de fontes externas.
Investimento tecnologia e inovação
Para tirar a economia de escala do papel e colocá-la em prática, é importante utilizar ferramentas que otimizem os recursos disponíveis. Investir em tecnologia é uma maneira de melhorar a eficiência e reduzir gastos operacionais a longo prazo, com recursos como:
- digitalização de documentos, tramitação de ofícios etc;
- processos automatizados em atividades de rotina;
- serviços digitais acessíveis para os cidadãos.
Conclusão
Com o olhar para o cidadão, a economia de escala oferece benefícios que tornam a máquina pública mais eficiente, ao mesmo tempo em que contribuem com a qualidade dos serviços prestados para a população.
Com a sua implementação aliada aos recursos tecnológicos, já é possível automatizar atividades rotineiras e integrar diferentes sistemas para a tramitação de documentos. O que antes só era possível no campo das ideias, também pode ser aplicado no serviço público graças à tecnologia.
Para isso, é importante adotar ferramentas que consigam tornar a estratégia em realidade, proporcionando serviços mais ágeis e informações de maneira transparente para a sociedade. Entenda a importância de entrar no mundo digital com este guia!