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ToggleO avanço da tecnologia tem transformado a forma como as cidades são geridas e vividas. A digitalização, que se consolidou como uma ferramenta central nesse processo, está dando origem às chamadas cidades conectadas.
Essas cidades utilizam tecnologias digitais para otimizar a gestão urbana, melhorando a prestação de serviços e facilitando a vida dos cidadãos.
No contexto de uma administração pública, entender o conceito e as práticas envolvidas na construção de cidades conectadas é fundamental para promover uma gestão mais eficiente e alinhada às demandas contemporâneas.
Neste artigo, exploraremos o que são as cidades conectadas, a importância da digitalização nesse processo, e como os gestores públicos podem promover esse modelo de cidade.
Também discutiremos as melhores práticas para a construção de uma infraestrutura digital robusta e a importância da integração entre serviços, plataformas e cidadãos.
Boa leitura!
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O que são cidades conectadas?
Cidades conectadas são ambientes urbanos onde a tecnologia digital é integrada em todos os aspectos da vida urbana, desde a gestão de serviços públicos até a interação dos cidadãos com as instituições.
Nesses ambientes, a infraestrutura digital é utilizada para conectar diferentes sistemas e serviços, permitindo uma gestão urbana mais eficaz e uma experiência mais fluida para os moradores.
A base das cidades conectadas é a interconexão entre dispositivos, serviços e dados, o que é conhecido como Internet das Coisas (IoT).
Sensores, câmeras, redes de comunicação e sistemas de gestão urbana são integrados para coletar e analisar dados em tempo real, possibilitando uma resposta rápida e eficiente a desafios urbanos como mobilidade, segurança e meio ambiente.
Dessa forma, as cidades conectadas não só melhoram a qualidade de vida dos cidadãos, mas também tornam a administração pública mais transparente e responsiva.
Qual a diferença entre cidade conectada e inteligente?
A plataforma Connected Smart Cities, responsável por acelerar o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil, considera que há quatro estágios para uma cidade se tornar inteligente, sendo a cidade conectada um desses estágios. São eles:
- Vertical;
- Horizontal;
- Conectada;
- Inteligente.
Ainda de acordo com a plataforma, após a digitalização dos serviços e a implementação de uma solução tecnológica horizontal, uma cidade pode integrar cidadãos, serviços urbanos, universidades e redes urbanas de forma interconectada.
A importância da digitalização para a construção de cidades conectadas
A digitalização é fundamental para a construção de cidades conectadas. Por meio dela, é possível criar uma infraestrutura capaz de suportar a interconexão de serviços e a gestão eficiente dos recursos urbanos.
A seguir, discutiremos como a digitalização impacta diretamente diferentes aspectos das cidades conectadas.
Digitalização de serviços urbanos
A digitalização de serviços urbanos envolve a transformação de processos tradicionais em processos digitais, facilitando o acesso e a interação dos cidadãos com os serviços públicos.
Exemplo disso é a digitalização de sistemas de transporte público, onde aplicativos permitem aos usuários verificar horários, rotas e até pagar por suas viagens diretamente do celular. Isso não apenas melhora a eficiência dos serviços, mas também aumenta a satisfação dos cidadãos ao proporcionar conveniência e transparência.
Além disso, a digitalização permite que os gestores monitorem e analisem o uso dos serviços em tempo real, ajustando recursos e operações conforme necessário.
Isso é essencial em áreas como saneamento, energia e coleta de resíduos, onde a eficiência operacional pode ser significativamente aumentada através do monitoramento digital e da automação.
Interconexão de serviços e plataformas de gestão
Nas cidades conectadas, a interconexão de serviços e plataformas de gestão é um dos aspectos mais importantes para garantir a eficiência e a integração de diferentes áreas da administração pública.
Plataformas tecnológicas que conectam diferentes serviços, como segurança, saúde e transporte, permitem uma visão holística da cidade, facilitando a coordenação entre setores e a resposta a incidentes em tempo real.
Por exemplo, a integração entre sistemas de vigilância urbana e as forças de segurança pode permitir uma resposta mais rápida e coordenada a situações de emergência.
De forma similar, a interconexão entre serviços de saúde e plataformas de gestão urbana pode facilitar o encaminhamento de pacientes e a alocação de recursos em tempos de crise, como durante pandemias.
Integração de cidadãos, serviços urbanos e instituições
A integração dos cidadãos com os serviços urbanos e as instituições é um dos pilares das cidades conectadas.
Essa integração é facilitada por plataformas digitais que permitem aos cidadãos interagir diretamente com a administração pública, seja para reportar problemas, acessar informações ou participar de decisões locais.
Plataformas de participação cidadã são exemplos desse tipo de integração. Elas permitem que os cidadãos contribuam para a tomada de decisões por meio de consultas públicas online ou enviando sugestões e reclamações diretamente para as autoridades competentes.
Essa proximidade entre cidadãos e gestão pública fortalece a democracia participativa e aumenta a transparência na administração dos recursos urbanos.
Como as gestões podem promover cidades conectadas?
Promover o desenvolvimento de cidades conectadas exige uma abordagem estratégica por parte das gestões públicas. A seguir, destacamos alguns passos fundamentais que podem ser seguidos para alcançar esse objetivo.
1 – Desenvolvendo uma infraestrutura digital robusta
A criação de uma infraestrutura digital robusta é o primeiro passo para qualquer cidade que deseja se tornar conectada. Isso inclui a implantação de redes de comunicação de alta velocidade, como a 5G, e a instalação de sensores e dispositivos IoT em toda a cidade.
Essa infraestrutura permitirá a coleta e análise de dados em tempo real, o que é essencial para a operação eficiente dos serviços urbanos.
Além disso, uma infraestrutura digital sólida serve como base para o desenvolvimento de outras tecnologias, como plataformas de gestão integrada e sistemas de monitoramento inteligente, que são fundamentais para a interconexão dos serviços urbanos.
2 – Adotando plataformas tecnológicas horizontais
Plataformas tecnológicas horizontais são aquelas que suportam a integração de diversos serviços e setores dentro de uma única interface ou sistema.
A adoção dessas plataformas permite que diferentes departamentos da administração pública compartilhem informações e coordenem suas atividades de maneira mais eficaz.
Essas plataformas também facilitam a interoperabilidade entre diferentes sistemas, evitando redundâncias e melhorando a eficiência geral da gestão urbana.
Por exemplo, uma plataforma única pode integrar serviços de mobilidade, saúde e segurança, proporcionando uma visão unificada da operação urbana e melhorando a capacidade de resposta a incidentes.
3 – Promovendo a colaboração entre setores públicos e privados
A colaboração entre setores públicos e privados é essencial para o desenvolvimento de cidades conectadas. Parcerias público-privadas (PPPs) podem ser utilizadas para financiar a infraestrutura necessária, desenvolver novas tecnologias e implementar soluções inovadoras para desafios urbanos.
Empresas privadas podem trazer expertise e inovação, enquanto o setor público garante que as soluções sejam implementadas de acordo com as necessidades e regulamentos locais. Essa colaboração pode acelerar significativamente a transformação digital das cidades, tornando-as mais adaptáveis e resilientes.
4 – Incentivando a participação ativa dos cidadãos
A participação ativa dos cidadãos é um componente-chave nas cidades conectadas. As gestões podem promover essa participação através da criação de plataformas de engajamento digital, onde os cidadãos possam contribuir com ideias, reportar problemas e se envolver em discussões sobre o futuro de suas cidades.
Além disso, campanhas de conscientização e educação digital podem ser realizadas para garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua idade ou condição social, possam se beneficiar das tecnologias disponíveis e participar ativamente do processo de construção das cidades conectadas.
5 – Usando dados para otimizar a tomada de decisões e serviços
O uso de dados é um dos maiores benefícios da digitalização nas cidades conectadas. A análise de dados em tempo real permite que as gestões públicas tomem decisões mais informadas e precisas, ajustando os serviços urbanos conforme necessário para atender melhor às necessidades dos cidadãos.
Além disso, os dados podem ser utilizados para prever tendências e problemas futuros, permitindo que as cidades se preparem de maneira proativa. Isso é particularmente útil em áreas como planejamento urbano, gestão de tráfego e resposta a emergências.
Conclusão
A transformação das cidades em ambientes inteligentes e conectados oferece inúmeras oportunidades para melhorar a gestão urbana e a qualidade de vida dos cidadãos. A digitalização, ao permitir a interconexão de serviços, a integração de cidadãos e a otimização do uso de dados, é o motor dessa transformação.
Gestores públicos que adotam estratégias digitais podem construir cidades mais eficientes, resilientes e inclusivas.
Ao adotar uma abordagem estratégica que envolve desde o desenvolvimento de uma infraestrutura digital robusta até o incentivo à participação cidadã, as gestões públicas podem liderar a transição para cidades conectadas.
Isso resultará em administrações mais transparentes e em uma maior satisfação dos cidadãos com os serviços prestados.
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